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Perguntas mais Frequentes

22 de agosto de 2013 - 15:18

GERAL

  1. Quais são as principais áreas de atuação da FUNCEME?

    A FUNCEME atua nas áreas de meteorologia, recursos hídricos e recursos ambientais, visando fornecer conhecimentos e informações para o manejo racional e a gestão de risco do semiárido, colaborando assim, para o desenvolvimento sustentável do Estado do Ceará e do Nordeste do Brasil.

  2. Como posso agendar uma visita à FUNCEME?

    Para agendar uma visita, entre no endereço de internet da FUNCEME (www.funceme.br), selecione a página “Acesso Rápido” e em seguida a opção “Solicitação de Visitas” que dará acesso a um formulário a ser preenchido com informações relativas à sua visita. O formulário também pode ser acessado diretamente através do endereço http://www.funceme.br/index.php/solicitacao-de-visitas. Informações adicionais podem ser solicitadas diretamente ao setor de Atendimento ao Usuário, através do e-mail funceme@funceme.br ou pelo telefone (85) 3101-1098.

  3. Como eu faço para solicitar informações técnicas específicas à FUNCEME?

    A solicitação de informações técnicas específicas deve ser enviada ao e-mail funceme@funceme.br. Recomenda-se que seja informado um número de telefone para contato. Para acompanhar seu pedido, pode-se contatar o setor de Atendimento ao Usuário através do telefone (85) 3101-1098.

ÁREA DE METEOROLOGIA

  1. O que é Meteorologia?

    A Meteorologia é a ciência que estuda as condições e o comportamento físico da atmosfera terrestre, os fenômenos que nela ocorrem, tais como os movimentos das massas de ar e as precipitações, e suas interações entre os estados dinâmicos, físicos e químicos com a superfície terrestre subjacente. Cada vez mais, o interesse pela Meteorologia tem aumentado em importância econômica e social, principalmente, devido aos impactos que os eventos atmosféricos severos, tais como, chuvas intensas, secas e estiagens, entre outros, produzem em várias atividades humanas.

  2. O que significa tempo, sob o ponto de vista meteorológico?

    O tempo meteorológico descreve o estado físico da atmosfera em um determinado momento e lugar no que diz respeito a temperatura, umidade do ar, pressão atmosférica, nebulosidade, vento, precipitação.

  3. O que é previsão do tempo?

    A previsão do tempo consiste na utilização do conhecimento das condições sinóticas e dinâmicas da atmosfera, análise dos dados observacionais e resultados de modelos numéricos, para antever o possível estado do tempo (geralmente, em relação à precipitação e temperatura), em um determinado lugar, por algumas horas à frente, no caso da previsão de curtíssimo prazo, ou alguns dias (previsão de curto prazo).

  4. É fácil se fazer previsão do tempo para o Ceará?

    Não é uma tarefa simples, pois, o Ceará está localizado na região tropical, onde as variações espaciais e temporais de temperatura e pressão atmosférica são muito pequenas, de modo que a análise destes parâmetros, geralmente considerada na previsão de tempo em latitudes mais altas, como no Sudeste e Sul, não pode ser aplicada na região. Ao mesmo tempo, a dinâmica da convecção formadora de nuvens geralmente se apresenta de forma rápida e localizada, de modo que ainda não são muito bem representadas pelos modelos numéricos de previsão de tempo. Porém, o detalhado conhecimento geoambiental local, acrescido da tecnologia adequada (uma ampla rede de monitoramento equipada com instrumentos de observação variados e o uso de modelos atmosféricos de computador em constante aperfeiçoamento), tem permitido a realização de previsões de tempo cada vez mais precisas e confiáveis para o Ceará.

  5. Como a FUNCEME realiza a previsão do tempo para o Ceará?

    A FUNCEME aplica a mais avançada tecnologia para prever o comportamento da atmosfera sobre o Ceará. Seus meteorologistas utilizam o conhecimento detalhado das características geográficas e meteorológicas locais, dados meteorológicos observacionais, imagens de satélites e de radares meteorológicos, além dos resultados de modelos numéricos de previsão de tempo rodados na instituição e em outros centros de meteorologia do país e do exterior.

    A previsão do tempo, para o Estado do Ceará, é elaborada diariamente, pela manhã, e atualizada à tarde, e tem abrangência de 24 horas. Complementarmente, é disponibilizada uma previsão da tendência das condições de tempo no Estado, para 48 horas e 72 horas à frente. Além da previsão em si, são apresentadas as análises das condições atmosféricas e dos sistemas meteorológicos atuantes e que afetam a ocorrência ou ausência de chuvas. Para a capital é elaborada uma previsão de tempo especial, atualizada duas vezes ao dia e com alcance para 24, 48 e 72 horas.

    Para os demais municípios do Ceará é disponibilizada a previsão gerada diretamente através do modelo numérico da FUNCEME, com informações para 24, 48 e 72 horas. São gerados meteogramas, que são gráficos que mostram a evolução temporal das variáveis meteorológicas.

    Todas estas previsões são disponibilizadas no endereço de internet da FUNCEME (www.funceme.br). Informações adicionais podem ser obtidas através do telefone (85) 3101-1117, do Núcleo de Meteorologia da FUNCEME que está à disposição da sociedade cearense de 8 as 12h e 13 as 17h, nos dias úteis, e das 8 as 12h nos finais de semana e feriados.

  6. A previsão do tempo feita pela FUNCEME, para o Ceará, é mais precisa do que as previsões feitas por outros órgãos nacionais de meteorologia?

    Sim, porque a FUNCEME utiliza conhecimentos mais regionalizados e mais específicos, do Ceará, na elaboração de suas previsões do tempo para o estado. Ela usa a sua rede própria de monitoramento ambiental, os seus radares meteorológicos e outras ferramentas científicas, que elevam a qualidade da previsão feita localmente quando comparada àquelas realizadas por outros centros nacionais de meteorologia. Contudo, deve se observar que as previsões de tempo estão sujeitas a certo grau de incerteza decorrente do seu próprio caráter não determinístico, em virtude da atmosfera de nosso planeta apresentar uma dinâmica muito complexa dependente, também, de alguns fatores de ocorrência aleatória e caótica, ainda não muito bem compreendidos e representados pela ciência da meteorologia, principalmente pela modelagem atmosférica.

  7. Quais imagens de satélites a FUNCEME utiliza para realizar a análise e a previsão do tempo?

    A FUNCEME usa imagens meteorológicas que são recebidas e processadas na própria instituição, sob licença especial da EUMETSAT (European Organization for the Exploitation of Meteorological Satellites), e fornecidas por moderno satélite geoestacionário europeu da série Meteosat Segunda Geração. Essas imagens, disponibilizadas em diversos canais espectrais, dentre os quais, os canais infravermelho, visível e vapor d´água, estão disponíveis em intervalos de 15 minutos. Essas imagens permitem, dentre outros, o monitoramento dos sistemas meteorológicos e da umidade atmosférica, e podem ser combinadas, realçadas e coloridas para destacar particularidades especiais da atmosfera, tais como as temperaturas dos topos das nuvens e outras características meteorológicas importantes às análises e previsões do tempo. Outra forma de analisar essas imagens é utilizar uma sequência temporal e formar uma “animação de imagens” que permite se observar a dinâmica das nuvens, seu deslocamento e a evolução das condições atmosféricas, principalmente, quanto à cobertura de nuvens.

  8. O que é uma região pluviometricamente homogênea?

    É aquela onde o regime de chuvas apresenta as mesmas características. No Ceará, há uma grande variabilidade espacial da chuva, ou seja, a chuva costuma se distribuir diferentemente sobre distintas regiões do Estado. A região do Sertão Central e os Inhamuns, por exemplo, apresenta uma precipitação média menor do que a região do Litoral de Fortaleza. O estudo realizado por Xavier (2001) identificou oito macrorregiões pluviometricamente homogêneas no Ceará: Litoral Norte, Ibiapaba, Litoral do Pecém, Litoral de Fortaleza, Maciço de Baturité, Sertão Central e Inhamuns, Jaguaribana e Cariri.

    XAVIER, T. M. B. S. Tempo de Chuva. Estudos climáticos e de previsão para o Ceará e Nordeste setentrional. Fortaleza: ABC Editora, 2001.

  9. Que tipo de instrumentos meteorológicos a FUNCEME utiliza para registrar as chuvas sobre o Ceará?

    Para medir a chuva acumulada a cada 24 horas, a FUNCEME dispõe uma densa rede de pluviômetros convencionais, com mais de cinco centenas deles espalhados por todo o estado (nas sedes e nos distritos dos municípios cearenses). Ela também possui mais de três dezenas de pluviômetros automáticos que medem a precipitação em intervalos de tempo menores do que o período de um dia. Além disso, a FUNCEME utiliza, em várias regiões do Ceará, mais de sete dezenas de modernas Plataformas Automáticas de Coletas de Dados (PCDs) que registram a chuva e outros parâmetros meteorológicos, e uma dezena de disdrômetros que medem o tamanho e a velocidade de queda das gotas de chuva. Estes últimos são mais destinados a estudos meteorológicos especiais. São ainda usados dois radares meteorológicos para o monitoramento das chuvas no estado.

  10. O que é um radar meteorológico?

    O radar meteorológico é um dispositivo para detecção ativa de alvos meteorológicos, tais como as nuvens. A detecção é realizada através de ondas eletromagnéticas de alta freqüência que ao atravessarem uma nuvem provocam ressonância em cada gota de água ou gelo, na mesma freqüência da onda incidente, de tal forma que cada gota também produz ondas eletromagnéticas que irradiam em todas as direções. O tempo que essas ondas levam para retornar ao radar determina a distância dessas gotas e a intensidade do sinal de retorno define o tamanho e a distribuição das gotas da nuvem. Assim, o radar é um instrumento de observação meteorológica de grande importância na previsão de tempo de curtíssimo prazo, pois permite, com grande precisão, localizar espacialmente a nuvem, monitorar sua evolução, determinar suas propriedades, ou seja, sua natureza, intensidade, desenvolvimento e duração. Além disso, o radar permite estimar a precipitação associada às nuvens que estão sendo monitoradas.

  11. Quais radares meteorológicos a FUNCEME utiliza na observação das chuvas?

    A FUNCEME utiliza dois radares com características e alcances diferentes. Um deles, de banda S, está localizado na Serra de Santa Maria, no município de Quixeramobim, com alcance de 400 km e o outro (Banda X) na Universidade Estadual do Ceará (UECE), em Fortaleza, com alcance de 120 km. Os dois radares são bastante apropriados para a observação da precipitação, porém, o radar banda-X apresenta resolução espacial maior e é mais adequado ao entendimento dos processos da física das nuvens. Toda a área do estado do Ceará está coberta pelos radares. O radar banda S alcança até mesmo partes dos estados vizinhos, tais como o oeste do Rio Grande do Norte, da Paraíba e de Pernambuco, e o norte do Piauí. Contudo, devido, principalmente, à elevação do feixe do radar com a distância, a informação próxima do alcance máximo apresenta menor precisão. Com a utilização do radar fica mais fácil localizar as chuvas intensas e determinar com mais precisão, por exemplo, que áreas de risco da Região Metropolitana de Fortaleza poderão sofrer com inundação a partir da ocorrência dessas chuvas.

  12. O que significa 10 mm de chuva?

    Significa que um volume de 10 litros de água precipitou sobre uma área de um metro quadrado. Nesse caso, a água da chuva alcança uma altura de 10 milímetros. Normalmente a FUNCEME fornece os dados de sua rede pluviométrica convencional, que considera o volume acumulado em 24 horas (das 7h da manhã de um dia até as 7h da manhã do dia seguinte). É preciso observar que os efeitos de uma chuva, tais como transtornos devido a alagamentos, deslizamentos de terra ou outros, são maiores quanto menor for o tempo em que a chuva caiu. Assim, por exemplo, uma chuva de 100 milímetros observada em um período de 6 horas provoca menos transtornos do que se fosse registrada em apenas uma hora.

  13. Como posso me informar sobre a chuva no meu município?

    No sítio da Internet da FUNCEME (www.funceme.br) há uma página especial chamada “Chuvas Diárias – Municípios” que, diariamente, traz informações sobre chuvas acumuladas em 24 horas e registradas nas sedes e distritos dos municípios cearenses através dos pluviômetros mantidos pela FUNCEME ao longo do estado. Há, também, outra página, intitulada “Chuvas Mensais – Municípios”, que relaciona os valores acumulados, mensais, de chuva (e os seus desvios relativos às médias locais) para todos os postos pluviométricos espalhados pelos municípios do Ceará. Também é possível se visualizar na página “Gráfico de chuvas dos postos pluviométricos” a incidência e distribuição de chuvas sobre os postos pluviométricos para qualquer mês e para o período de janeiro a maio da última década monitorada, incluindo o ano corrente. Nessa mesma página ainda é possível se ver o gráfico das 10 maiores chuvas do dia corrente. Outra opção é acessar o “Calendário de Chuvas”, que traz um panorama geral do mês corrente, com mapas coloridos, e permite verificar detalhes dos dias de interesse, além de possibilitar outros períodos passados.

  14. Como obtenho as séries históricas de chuva de determinada localidade do Ceará?

    A série histórica de chuva de uma determinada localidade, ou de todos os postos pluviométricos operados pela FUNCEME pode ser obtida na página “Download de Séries Históricas” do endereço da internet da FUNCEME (www.funceme.br).

  15. Quais serviços e informações adicionais a FUNCEME pode oferecer, dentro da área de meteorologia, além dos disponíveis na sua página de Internet?

    A FUNCEME pode fornecer análises e previsões meteorológicas mais específicas e mais detalhadas abrangendo quaisquer locais ou áreas do Ceará. Ela também pode elaborar laudos técnicos explicando a ocorrência de eventos de tempo especiais. A solicitação desses serviços ou informações adicionais pode ser feita por telefone (85 3101-1088), fax (85 3101-1097), correspondência comum (a/c Núcleo de Meteorologia – Av. Rui Barbosa, 1246 – Aldeota – Fortaleza – CE – CEP 60115-221) ou eletrônica (funceme@funceme.br).

  16. O que é clima?

    Diferentemente do tempo meteorológico, o clima corresponde a uma integração das condições do tempo em um período extenso em um determinado local ou área geográfica. O clima é geralmente definido como o “tempo meteorológico médio”. Na sua caracterização é feita uma avaliação estatística do comportamento do tempo, de um determinado lugar ou região, sobre um período longo envolvendo meses, anos ou décadas. Quando as observações atmosféricas englobam um período de tempo de 30 anos, a análise desses dados geram as normais climatológicas.

  17. Como a FUNCEME elabora a previsão do clima para o Ceará?

    Para elaborar a previsão de clima para o Ceará são analisados os campos oceânicos de grande escala, tais como aqueles referentes às anomalias de temperatura da superfície do mar envolvendo o oceano Atlântico tropical (com relação à observação do Dipolo de temperaturas que pode favorecer as chuvas no norte do Nordeste do Brasil) e o oceano Pacífico tropical (presença do fenômeno El Niño, temperaturas neutras ou fenômeno La Niña). Também são avaliados os campos atmosféricos de ventos em superfície e em altitude, da pressão e da umidade do ar, dentre outros, e são considerados os resultados de modelos numéricos globais e regionais processados no exterior (IRI, UK MetOffice, ECMWF, etc.) e no Brasil, rodados na FUNCEME, no CPTEC/INPE e no INMET. Os modelos globais dessas três instituições nacionais compõem, desde janeiro de 2013, o Superconjunto Nacional de Modelos, que é utilizado nas previsões climáticas para o Ceará, Nordeste e outras regiões brasileiras, gerando, de forma objetiva, as probabilidades, para cada uma das três categorias: acima da normal, normal e abaixo da normal. O prognóstico é apresentado através das probabilidades, ou seja, do indicativo quanto à chance de cada uma das categorias ocorrer, por causa das incertezas envolvidas nas análises. Este prognóstico, refere-se a precipitação de um trimestre à frente. Por exemplo: em janeiro de cada ano é feito o prognóstico sobre a precipitação acumulada no trimestre de fevereiro a abril.

  18. Qual é o período de chuvas do estado do Ceará?

    O período principal de chuvas do Ceará, chamado de “Quadra Chuvosa”, refere-se aos meses de fevereiro a maio, sendo os meses de março e abril normalmente os mais chuvosos. Em dezembro podem ocorrer algumas chuvas, principalmente no sul do Ceará, mais especificamente na região do Cariri. Janeiro tende a apresentar chuvas geralmente mais significativas e mais generalizadas sobre o estado do que dezembro, caracterizando a chamada “Pré-estação Chuvosa”. A partir de junho até julho tem-se a “Pós-estação Chuvosa”, com volumes de chuva menores do que os registrados na Quadra Chuvosa. O primeiro semestre do ano compreende a quase totalidade das chuvas sobre o estado, sendo o segundo semestre considerado muito pouco chuvoso. Outro importante ponto a destacar é a alta taxa de evaporação da água no estado do Ceará, que rapidamente leva, com a falta de chuvas, à diminuição da umidade do solo e a queda do nível dos reservatórios hídricos.

  19. Qual é o principal sistema meteorológico indutor de chuvas no Ceará?

    É a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que corresponde à banda de nuvens que se forma na região de baixa pressão atmosférica situada próxima do equador planetário, resultante do encontro dos ventos alísios provenientes dos hemisférios sul e norte do planeta. A ZCIT atua durante a Quadra Chuvosa do Ceará, quando ela atinge a posição mais a sul. Seu posicionamento depende de condições favoráveis de temperatura da superfície do oceano Atlântico. Geralmente, a ZCIT provoca chuvas generalizadas.

  20. Por que não são incluídas as chuvas de pré-estação e pós-estação nas previsões climáticas feitas pela FUNCEME?

    Porque os sistemas meteorológicos que provocam chuva nesse período são de difícil previsão, e não podem ser prognosticados além de alguns dias à frente.

    Durante a pré-estação chuvosa, o sistema meteorológico principal atuante é chamado de Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN), que se configura com um formato circular, fechado, na alta troposfera. O centro desse extenso sistema é caracterizado por mínima presença de nuvens e movimento descendente de ar, o que impede a formação de nuvens e leva a condições de céu claro. Suas bordas apresentam ascendência de ar gerando nuvens precipitantes, principalmente na direção do movimento do sistema. Os VCANs são mais frequentes em janeiro, porém podem ser observados também no início da Quadra Chuvosa, principalmente no mês de fevereiro, e até mesmo em março, porém, nesse caso, com menor frequência.

    Na pós-estação chuvosa o Ceará, a precipitação observada está associada, principalmente, a um sistema meteorológico conhecido como distúrbios ondulatórios de leste, ou Ondas de Leste, que podem atingir, com nuvens de chuva, algumas regiões cearenses tais como a Jaguaribana, parte do Sertão Central e a faixa litorânea. As chuvas da pós-estação são, em geral, mais localizadas e de rápida duração, porém podem alcançar grande intensidade.

  21. É adequado se falar em inverno no Ceará?

    É comum, no Ceará, chamar a estação chuvosa de “inverno” ou mesmo, quadra “invernosa”, no entanto, este período, não corresponde à estação do ano conhecida como “inverno”, que se refere, no Brasil, aos meses de junho, julho e agosto. Acredita-se que o termo “inverno” tem sido usado, popularmente, para nomear o período da Quadra Chuvosa do Ceará devido ao aumento da cobertura de nuvens (encobertando o Sol), maior frequência de chuvas e o abrandamento que ocorre nas altas temperaturas após alguns eventos de chuvas. Este abrandamento na temperatura lembra, mesmo que vagamente, a época da estação mais fria do ano no Brasil, quando, nas latitudes mais altas, como por exemplo, nos estados da Região Sul, as temperaturas caem drasticamente.

  22. Quais são as médias climatológicas de chuva mensais do primeiro semestre do Ceará?

    Considerando os dados do período de 1980 a 2009, a média climatológica mensal da precipitação para o Estado do Ceará para o mês de janeiro é de 98,7 mm, em fevereiro de 127,1 mm, em março de 206,2 mm, em abril de 184,3 mm, em maio de 89,9 mm, junho de 37,5 mm e julho de apenas 15,4 mm. O período da Quadra Chuvosa (de fevereiro a maio) apresenta uma média estadual de 607,5 mm.

  23. Que regiões do Ceará apresentam as maiores médias pluviométricas na Quadra Chuvosa?

    A região que recebe mais precipitação, em média, no Ceará, segundo a climatologia do período de 1980 a 2009 é o litoral de Fortaleza, seguido do Litoral Norte, Maciço de Baturité, Litoral do Pecém, Ibiapaba, Cariri e região Jaguaribana. O Sertão Central e Inhamuns normalmente apresenta a menor média pluviométrica do estado. A média para o Litoral de Fortaleza se situa em 806,1 mm e para o Sertão Central e Inhamuns em 502,9 mm.

  24. Como posso saber a distribuição das chuvas no Ceará, ao longo do tempo, no Estado como um todo, em termos das regiões climatologicamente homogêneas, regiões hidrográficas, municípios, sub-bacias hidrográficas e reservatórios?

    Essas informações podem ser encontradas na página de Internet da FUNCEME chamada “Calendário das Chuvas”. Nessa página, pode-se, por exemplo, comparar a pluviometria média sobre o Ceará, ano a ano, escolhendo-se as opções “Estado do Ceará”, “Média” e “Anual”.

  25. Se chover no dia de São José (19 de março) a estação chuvosa no Ceará será boa?

    Não necessariamente. A análise da série de dados de precipitação da FUNCEME mostrou que ocorrência de chuva, exatamente no dia de São José, não tem correlação com a qualidade da Quadra Chuvosa. Tem-se o registro de anos em que não choveu no dia de São José e a Quadra Chuvosa se revelou acima da normal e anos em que se observou chuva no dia de São José e a Quadra Chuvosa se configurou abaixo da normal climatológica. Em 2013, por exemplo, no dia de São José houve registro de precipitação em quase todo Estado, porém, a Quadra Chuvosa ficou 37,7% abaixo da normal climatológica correspondente ao período 1980 – 2009.

    Uma explicação para esta crença popular pode estar associada ao fato que essa data coincide com o equinócio de outono, que é quando o Sol cruza o equador terrestre em direção ao Hemisfério Norte. Isso significa que desde o verão até a época do equinócio do outono, o Sol esteve aquecendo o Hemisfério Sul, assim, as águas oceânicas do Atlântico tropical sul tendem a se manter aquecidas por algum tempo, mesmo após a passagem do Sol, em virtude de sua grande capacidade de retenção de calor. Esse padrão favorece a ocorrência de precipitação. Note-se que esse é um dos motivos pelos quais os meses de março e abril apresentam as maiores médias climatológicas mensais no Estado do Ceará. Daí, a percepção e a tendência a associar o dia de São José com uma boa Quadra Chuvosa. Com o deslocamento do Sol para o Hemisfério Norte, ocorre uma progressiva diminuição das chuvas no Ceará, devido ao resfriamento das águas oceânicas ao sul do equador.

  26. O que é um veranico?

    O veranico é definido como um período de dias consecutivos com total ausência, ou com precipitação reduzida, em uma determinada região, durante sua estação chuvosa. Há variadas definições sobre o período mínimo e também sobre a quantidade mínima de precipitação a ser considerada para classificar como veranico. Os autores Assad e Sano (1998), por exemplo, caracterizam o veranico, como sendo um período de pelo menos cinco dias consecutivos em que a precipitação diária ficou abaixo de 1 mm. Assim, o veranico indica uma irregularidade temporal da precipitação, que é uma característica bastante comum no regime de chuva cearense, principalmente, em anos cuja estação chuvosa apresenta precipitação abaixo da média.

    Assad, E.D.; Sano, E.E. Sistema de informações geográficas – Aplicações na agricultura. 2.ed. Brasília: EMBRAPA-CPAC, 1998. 434p.

  27. O que é uma seca?

    Existem vários significados para o termo. Seca pluviométrica significa chuvas em quantidades reduzidas (abaixo da média climatológica) ou ausência de chuvas. Seca hidrológica significa pouca ou nenhuma acumulação de água nos reservatórios hídricos. Seca agrícola significa chuvas insuficientes ou com distribuição no tempo e no espaço de forma prejudicial à lavoura (este último caso é também comumente chamado de “seca verde”). A seca agrícola está relacionada à seca edáfica, que é aquela caracterizada pela baixa umidade superficial do solo. Num sentido mais sociológico, a seca é entendida como a interação entre um fenômeno meteorológico (pouca ou nenhuma chuva) e uma determinada condição social (pouca capacidade de adaptação, por parte de determinada população, aos impactos causados por poucas chuvas).

  28. O que é o Dipolo do Atlântico?

    O Dipolo do Atlântico se refere à diferença entre as anomalias de temperaturas da superfície do oceano Atlântico tropical norte e sul, que pode favorecer ou não a atuação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), principal sistema indutor de chuvas no norte do Nordeste do Brasil, incluindo no estado do Ceará. Diz-se que há um Dipolo favorável à atuação da ZCIT quando o campo de anomalias de temperaturas da superfície do mar se mostra mais aquecido ao sul do equador e menos aquecido ao norte. A situação inversa caracteriza o Dipolo desfavorável que tende a manter a ZCIT afastada do norte do Nordeste, escasseando as precipitações nessa região.

  29. O que significa El Niño e La Niña?

    O El Niño é um fenômeno oceânico caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico equatorial, próximo à costa da América do Sul. Esta condição, em muitos casos, contribuiu para a redução das chuvas, no setor norte do Nordeste brasileiro, incluindo o Estado do Ceará. A La Niña é o oposto do El Niño, ou seja, um resfriamento anormal das águas do oceano Pacífico equatorial, próximo à costa da América do Sul. Normalmente, a La Niña não prejudica as chuvas no setor norte do Nordeste, incluindo no estado do Ceará.

    Contudo, apesar desses padrões observados no oceano Pacífico serem importantes, o exemplo de 2012 (quando tivemos uma situação de La Niña e a estação chuvosa se configurou abaixo da média) nos mostra que as condições do oceano Atlântico são decisivas para definir a qualidade da estação chuvosa no Estado.

  30. Dipolo do Atlântico, El Niño ou La Niña – qual deles tem maior influência sobre as chuvas na Quadra Chuvosa cearense?

    O Dipolo do Atlântico, por ser observado em águas oceânicas próximas à costa do Nordeste brasileiro tem influência maior e mais direta sobre a qualidade da Quadra Chuvosa do Ceará.

ÁREA DE RECURSOS HÍDRICOS

  1. Como a FUNCEME estuda as águas em relação a sua qualidade?

    Realizando trabalhos que avaliam os indícios locais de poluição, através da coleta da água, interpretação dos resultados, identificação das fontes de poluição e seus impactos na água e apontando alternativas que possibilitem a redução ou mesmo eliminem os efeitos da poluição.

  2. Como é feito o levantamento das informações sobre a qualidade das águas pela FUNCEME?

    O levantamento de informações sobre a qualidade da água pode se dar por coleta de amostras de águas em frascos de vidro ou polietileno que são encaminhados a laboratório credenciado para análise e/ou através de equipamentos que meçam os indicadores da qualidade da água no local. Todo esse processo requer conhecimentos técnicos específicos.

  3. Qual o objetivo dos estudos realizados pela FUNCEME nos recursos hídricos superficiais?

    Os estudos visam principalmente caracterizar as potencialidades e disponibilidades dos recursos hídricos superficiais em termos de quantidade e qualidade e também estudar processos envolvidos no ciclo hidrológico.

  4. Qual a função da FUNCEME no SIGERH?

    A FUNCEME vem fornecendo para o Sistema de Gestão dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará – SIGERH, subsídios para o monitoramento e gestão dos recursos hídricos, através de estudos e pesquisas, tanto em nível regional como local, do comportamento dos diversos componentes do ciclo hidrológico, tanto nos seus aspectos quantitativos como qualitativos.

  5. A FUNCEME faz fiscalização nos recursos hídricos?

    Não, a FUNCEME dá suporte à instituições para a formulação de políticas públicas e planejamento de ações de gerenciamento dos recursos hídricos.

  6. O que é uma Bacia Hidrográfica?

    A bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos É a área que começa nas cabeceiras e vai até a foz de um rio, incluindo todos os seus afluentes.

  7. O que é um Comitê de Bacia Hidrográfica?

    Comitê de Bacia Hidrográfica é um órgão colegiado da gestão de recursos hídricos, com atribuições de caráter normativo, consultivo e deliberativo e integra o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Os Comitês devem integrar as ações de todos os Governos, seja no âmbito dos Municípios, do Estado ou da União; propiciar o respeito aos diversos ecossistemas naturais; promover a conservação e recuperação dos corpos d’água e garantir a utilização racional e sustentável dos recursos hídricos.

  8. Como são compostos os Comitês?

    Os Comitês de Bacias Hidrográficas são compostos por representantes de órgãos e entidades públicas com interesses na gestão, oferta, controle e proteção e uso dos recursos hídricos, bem como representantes dos municípios contidos na Bacia Hidrográfica correspondente, dos usuários das águas e representantes da Sociedade Civil com ações na área de recursos hídricos, através de suas entidades associativas.

  9. A FUNCEME participa dos Comitês de Bacia?

    Sim, a FUNCEME tem representantes nos seguintes comitês: CBH-Metropolitana, CBH- Banabuiú, CBH-Médio Jaguaribe e CBH- Baixo Jaguaribe.

  10. O que é água potável?

    A água potável é aquela que pode ser consumida sem risco para a saúde. A potabilidade da água tem que atender a determinados requisitos de natureza física, química e biológica.

  11. Quais as principais doenças causadas pela água poluída?

    A água poluída pode causar doenças como cólera, disenteria, hepatite, amebíase e outras.

  12. O aterro sanitário pode comprometer a qualidade das águas de um rio?

    O Aterro Sanitário é um local construído especialmente para receber e tratar o lixo, onde este é colocado em camadas cobertas com material inerte, geralmente terra, de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais. Antes de se projetar o aterro, são feitos estudos para selecionar a área a ser destinada para que sua instalação não comprometa o meio ambiente.

  13. O que são os Agrotóxicos?

    Os agrotóxicos são substâncias químicas (herbicidas, pesticidas, hormônios e adubos químicos) utilizadas em produtos agrícolas e pastagens, com a finalidade de alterar a composição destes e, assim, preservá-los da ação danosa de seres vivos ou substâncias nocivas.

  14. Os agrotóxicos causam danos ao meio ambiente?

    Quando bem utilizados, os agrotóxicos impedem a ação de seres nocivos, sem estragar os alimentos. Porém, se os agricultores não tiverem alguns cuidados durante o manuseio ou extrapolarem no tempo de ação dos agrotóxicos, estes podem afetar o ambiente e a saúde, causando poluição nos recursos hídricos e intoxicações nas pessoas.

  15. O que podemos fazer para não usar os Agrotóxicos?

    Podemos incentivar o uso da agricultura orgânica. Na Agricultura orgânica, os alimentos são produzidos em total harmonia com a natureza, pois é o resultado de um sistema de produção agrícola que busca trabalhar de forma equilibrada o solo e os recursos naturais – água, plantas, animais, insetos, rotatividade do solo, etc. Os produtos orgânicos são conhecidos por não terem resíduos de agrotóxicos, fertilizantes sintéticos, reguladores de crescimento e aditivos para a alimentação animal.

  16. O que é um aquífero?

    É uma unidade geológica saturada que fornece água a poços e nascentes em proporção suficiente, de modo que possam servir como proveitosas fontes de abastecimento. Para ser classificado como aquífero, uma formação geológica deve conter poros ou espaços abertos repletos de água e permitir que a água mova-se através deles.

  17. Que outros nomes podem ser chamados os aquíferos?

    Formações aquíferas; lençóis aquíferos; reservatórios de água subterrânea.

  18. Como podem ser classificados os aquíferos com relação ao tipo de rocha armazenadora?

    a) aquífero contínuo (porosidade primária) – associado às rochas sedimentares; b) aquífero descontínuo (porosidade secundária) – associado principalmente às rochas ígneas e metamórfica, haja vista que o calcário de origem sedimentar, em algumas situações possa apresentar porosidade secundária).

  19. Qual a diferença entre porosidade primária e secundária?

    A porosidade primária é gerada junto ao sedimento ou rocha. Já a porosidade secundária se desenvolve depois da formação das rochas.

  20. Qual a diferença na perfuração de um poço tubular no ambiente sedimentar ou cristalino?

    A diferença principal está no aspecto construtivo do poço: no ambiente sedimentar (por ser ambiente poroso), requer custos adicionais do tipo: tubo de revestimento, filtros, pré-filtros (cascalhos), centralizadores, tampão (no final do furo), e cimentação (no início e final do furo); já no ambiente cristalino requer no manto de alteração da rocha (camada inicial) somente cimentação e tubo de revestimento, haja vista que o restante do furo é em rocha dura, sem risco de desmoronamento das paredes do furo.

  21. O que é superfície potenciométrica e nível freático?

    É uma superfície virtual ou imaginária que representa o nível da água do aquífero e que indica o nível de energia mecânica da água. É formada pela união das cargas hidráulicas medidas nos poços instalados num determinado aquífero. Para um aquífero freático (livre) a zona saturada encontrase sob pressão atmosférica, e a coluna d’água do poço (sem bombeamento) estabiliza no que é chamado de nível freático.

  22. O que é a umidade do solo disponibilizada na página da FUNCEME?

    É o total de umidade contida no primeiro metro de profundidade dos solos onde estão localizados os pluviômetros da FUNCEME. Se o solo em questão tiver menos de 1 metro de profundidade a umidade se refere ao solo completo. Ela é dada em termos de percentuais das capacidades máximas de retenção de água dos solos e é estimada através de um modelo matemático chamado MUSAG, desenvolvido na própria FUNCEME, que o faz a partir de um balanço hídrico diário do solo.

  23. O que é o modelo MUSAG?

    MUSAG é a sigla para Modelo de Umidade do Solo para Atividades aGrícolas. É um modelo matemático que faz um balanço hídrico do solo levando em conta a precipitação pluviométrica, a evapotranspiração de referência e características físico-hídricas dos solos em diversos postos pluviométricos operados pela FUNCEME. Os principais produtos do MUSAG, que estão disponíveis na página da FUNCEME, são o mapa de umidade do solo, onde a umidade é apresentada como o percentual de umidade do solo em relação à capacidade máxima de armazenamento de água no solo, e o número de dias para o déficit hídrico, que representa o número de dias para que um cultivo iniciado no dia de emissão do mapa entre em condições de déficit hídrico na suposição da interrupção das chuvas. Os valores são calculados pontualmente para cada posto pluviométrico e em seguida interpolados e apresentados sob forma de mapas com os valores pontuais calculados também apresentados.

  24. O que é balanço hídrico do solo?

    O balanço hídrico do solo é como se fosse a movimentação de sua conta bancária. A umidade do solo de um certo dia é a umidade do solo do dia anterior acrescido do total de chuva do dia, descontando a quantidade da chuva que escoou pela superfície, o total de umidade que ultrapassou, por percolação, a profundidade de controle (no caso, até um metro) e o total de umidade que foi perdida por evapotranspiração.

  25. O que é evapotranspiração?

    É o total de água perdida pelo solo devido às condições climáticas da atmosfera, tais como radiação solar, velocidade do vento e umidade do ar, e ao consumo de água pelas plantas presentes no solo.

  26. O que é coeficiente de cultura (Kc)?

    Também conhecido como coeficiente de cultivo, é a razão entre a evapotranspiração real de uma cultura, quando a mesma se encontra em condições ótimas de umidade do solo, e a evapotranspiração de referência (ETo). O Kc é dado em forma de uma curva em função do tempo, onde seus valores mudam de acordo com a fase fenológica em que a cultura se encontra. Assim o Kc dos primeiros dias após o plantio tem um valor mínimo. Na fase de desenvolvimento da planta seu valor aumenta até chegar a um máximo na fase de floração e enchimento dos grãos. Na fase de maturação o valor do Kc geralmente tem seu valor diminuído.

  27. O que é evapotranspiração de referência (ETo) ?

    É um valor de evapotranspiração de uma certa cultura, em condições ótimas de umidade do solo, tomada como referência. Seu conhecimento é fundamental para a elaboração das curvas do Kc das demais culturas. A ETo mais utilizada é a de uma grama com características bem definidas, cujos valores podem ser estimados através de fórmulas matemáticas onde somente as variáveis climáticas influenciam seus valores. A fórmula mais comumente aceita e precisa é a fórmula de Penman/ Monteith.

  28. Qual a importância da curva do Kc para os irrigantes?

    O conhecimento da curva do Kc de uma determinada cultura é essencial para os irrigantes para que os mesmos, de posse somente dos valores das variáveis climáticas do local do plantio, possam calcular os valores de ETo e em seguida possam estimar os valores da evapotranspiração real da cultura para cada período do plantio de forma a poderem repor esta perda de água através da irrigação.

  29. A Funceme disponibiliza algum aplicativo para ajudar os irrigantes?

    Sim. Na página da FUNCEME na internet, selecione a opção “Produtos e Serviços” e depois o item “Agricultura” e clicando em “SIMIC” o usuário é levado a página do Projeto SIMIC (Sistema de Informações Meteorológicas para Irrigação no Ceará) de onde poderá acessar o aplicativo online de manejo de irrigação clicando em “Cálculo otimizado das necessidades de irrigação”. A página inicial do aplicativo de manejo de irrigação mostra uma mapa do Ceará com alguns valores de ETo nos locais onde estão localizadas as estações meteorológicas automáticas da FUNCEME. Clicando numa das estações meteorológicas, representadas pelos valores numéricos da variável meteorológica escolhida na caixa de seleção acima do mapa, o usuário terá acesso a informações sobre a Evapotranspiração de Referência (ET0), calculada pelo método Pennman/Monteith (FAO – Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), bem como os dados meteorológicos da estação selecionada utilizados no cálculo e, através do envio de informações sobre o seu sistema de irrigação e a cultura plantada, você receberá orientações sobre a lâmina bruta de irrigação e/ou tempo de irrigação a ser aplicada. O manejo de irrigação sugerido assume que o irrigante aplicou um montante de água no solo no dia do plantio suficiente para o que o solo chegasse à capacidade de campo.

  30. A FUNCEME disponibiliza algum produto que auxilia a agricultura de sequeiro?

    Sim. Além dos produtos do modelo MUSAG que dão informações sobre a situação de umidade dos solos em todo o Estado em tempo real, o que pode auxiliar os agricultores sobre a decisão de quando iniciar os plantios, está disponível na página da FUNCEME o aplicativo “Probabilidade de Lucros em Plantios”. Este aplicativo indica aos agricultores as melhores épocas para o plantio mostrando as probabilidades de obtenção de lucro dos mesmos, dado em conta os custos do plantio e comercialização de cada agricultor individualmente. As instruções de uso e informações técnicas sobre a metodologia empregada pelo aplicativo estão disponíveis na página do mesmo.

  31. O que Índice de Aridez?

    O índice de aridez mostrado na página da FUNCEME é um índice proposto pela Organização das Nações Unidas (ONU) que mostra a relação percentual entre o total de chuva anual e a evapotranspiração de referência (ETo) total anual de uma determinada localidade. Assim o índice indica, de uma maneira aproximada mas de fácil obtenção, se a precipitação na região estudada é suficiente para a manutenção de plantios em geral sem déficit hídrico. A classificação climática baseada no índice de aridez varia de “Árido”, quando o índice é menor que 20% a “Úmido” quando o índice for maior que 100%.

ÁREA AMBIENTAL

  1. O que faz a área de meio ambiente da FUNCEME?

    A área de meio ambiente da FUNCEME desenvolve estudos e pesquisas sobre os recursos ambientais, gerando informações sistemáticas sobre os aspectos da geografia física, tendo como foco o solo, a vegetação e a água, com o objetivo de conhecer suas peculiaridades, inter-relações e dinâmica e assim acompanhar e avaliar as mudanças, naturais e antrópicas, que ocorrem no ambiente e orientar a implementação de manejo e exploração adequados. As informações geradas são utilizadas no apoio ao planejamento de ações estratégicas e de políticas de conservação, uso e desenvolvimento sustentável do Estado. Estes estudos e pesquisas envolvem diagnóstico ambiental, zoneamentos geoambiental, agroecológico e ecológico-econômico, mapeamentos temáticos e atualizações cartográficas planimétricas.

  2. Quais os principais temas abordados pela área de meio ambiente da FUNCEME?

    Cobertura vegetal e uso da terra, sistemas ambientais, solos, aptidões pedológica, climática e pedoclimática, potencial de terras para irrigação, áreas degradadas, recursos hídricos, rede viária, delimitação de áreas urbanas, relevo, estudos de solos básicos e interpretativos, diagnóstico e análise multitemporal de degradação ambiental, além de análises de solos e água para fins agrícolas.

  3. Como é identificada e monitorada uma área em processo de desertificação?

    Segundo o critério da Organização das Nações Unidas – ONU, a desertificação é definida como “a degradação da terra nas zonas áridas, semiáridas e sub-úmidas secas, resultantes de vários fatores, incluindo as variações climáticas e as atividades humanas” (BRASIL,1998). Em áreas, onde predomina estes tipos de clima, identifica-se evidências de degradação dos fatores físicos e biológicos, detectados, primeiramente, através da análise de imagens orbitais e, em seguida, em checagens de campo, para finalizar com a geração de um mapa indicando as áreas susceptíveis aos processos de desertificação. O uso de técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento, ajudam na identificação de áreas onde há escassez ou ausência de vegetação e na verificação de campo observa-se o nível da devastação da cobertura vegetal nativa e a severidade dos fenômenos erosivos que, neste locais, ocorrem com maior intensidade. São áreas onde a vegetação já é predominantemente arbustiva e esparsa, com sinais evidentes de erosão dos tipos laminar e/ou em sulcos e/ ou vossorocas, normalmente com a presença em sua superfície de capim panasco e/ou cactáceas, podendo ainda verificar-se afloramentos rochosos de maior ou menor expressão. O monitoramento deste processo é feito através da identificação das alterações gradativas das condições ambientais, notadamente em relação aos solos e à vegetação, usando-se as imagens de satélite, como ferramenta e o apoio dos trabalhos de campo para reconhecimento da verdade terrestre.

  4. Uma área degradada em processo de desertificação pode ser recuperada?

    Sim. A reversão deste fenômeno necessita em primeiro lugar de um estudo detalhado dos solos que compõem o ambiente. A partir das características físicas e químicas destes solos e do estado degradacional em que se encontram, é feita a escolha do manejo mais adequado para o estancamento ou reversão do processo de desertificação. Técnicas envolvendo reflorestamento com espécies nativas e ecologicamente adaptadas, recuperação da matéria orgânica e práticas conservacionistas sempre estarão presentes em conjunto ou individualmente nos esforços referentes à recuperação de áreas degradadas.

  5. Para que serve um levantamento de solos?

    O levantamento de solos, também chamado estudos pedológicos, é constituído por um mapa e um texto explicativo que define, descreve e interpreta as classes de solos de uma determinada área ou região. Através dessa classificação é possível determinar suas potencialidades e limitações para indicar a sugestão do uso mais apropriada dos ambientes. Com essa ferramenta é possível realizar um planejamento de atividades agropecuárias, sejam em nível municipal, estadual ou regional, que visem manter os solos conservados e produtivos.

  6. O que precisa para a Funceme fazer um levantamento de solos em escala mais detalhada em um determinado município?

    Para levantamentos de solos em nível de município, o estudo precisa ser feito de forma mais detalhada, ou seja, numa escala maior. Isso significa mais trabalhos de campo e mais recursos financeiros.

  7. Quando o Estado do Ceará terá um zoneamento agroecológico pronto?

    O zoneamento agroecológico constitui-se na análise e integração das informações geoambientais, objetivando caracterizar e espacializar os diversos ambientes em função da diversidade dos recursos naturais e agrossocioeconômicos, privilegiando o recurso solo na determinação das potencialidades e limitações dos referidos ambientes. Portanto, somente após a conclusão de todo o levantamento de solos do Estado, que se encontra em andamento, com somente cerca de 27% concluído, será possível disponibilizar essa importante ferramenta, que ajudará na racionalização e aplicação dos investimentos na agropecuária.

  8. Terras salinizadas, detectadas no levantamento de solos, podem ser recuperadas?

    Sim. No manejo para recuperar os solos salinos e reduzir a salinização é necessário usar técnicas alternativas, tais como: calcareamento, drenagem, gessagem, cultivar árvores e plantas que se adaptem ao local.

  9. Como são repassadas aos usuários, as informações técnicas desenvolvidas na Funceme?

    Através do site: www.funceme.br, publicações realizadas por esta instituição, workshop, seminários, contatos pessoais, dentre outros.

  10. Qual a imagem de satélite mais utilizada nos levantamentos de solos?

    Para levantamentos realizados com detalhes compatíveis para escala de 1:100.000 são utilizadas imagens com resolução espacial (tamanho do menor objeto possível de ser imageado pelo sensor, que encontra-se a bordo do satélite) entre 20 e 30 metros. Entre os principais satélites utilizados atualmente, encontram-se o americano TM LANDSAT e o indiano ResourceSAT. Outro produto utilizado no mapeamento dos Solos é o Modelo Digital de Elevação gerado pelo Projeto SRTM e executado pelas agências espaciais dos Estados Unidos (NASA), Alemanha (DLR) e Italiana (ASI), onde através do qual é possível identificar e mapear as principais formas de relevo de grande parte da superfície terrestre. Todos estes produtos são distribuídos gratuitamente através da WEB.

  11. Quais são os tipos de zoneamento feitos pela Funceme? E para que servem?

    Dentre os zoneamento realizados pela FUNCEME estão o Zoneamento Geoambiental, o Agroecológico e o Ecológico-Econômico. Zoneamento significa uma divisão de área em zonas reservadas a certas atividades, com a função de ordenar a ocupação do território de modo mais adequado e sustentável. O tipo de Zoneamento depende do objetivo que se quer atingir.

    O Zoneamento Geoambiental visa delimitar geograficamente áreas territoriais com o objetivo de estabelecer regimes especiais de uso da terra da maneira que respeite os interesses coletivos, como a função social e a conservação do meio ambiente.

    O Zoneamento Ecológico-Econômico – ZEE: é um instrumento usado na racionalização da ocupação dos espaços e no redirecionamento das atividades. Com base em pesquisas e estudos integrados de diagnóstico e de proposição de diretrizes pactuadas de ação, visa contribuir para que o sistema de planejamento, orientando os esforços de investimentos do governo e da sociedade civil, segundo as peculiaridades das áreas definidas como zonas e tratadas como unidades de planejamento, dotando o Governo de bases técnicas para a espacialização das políticas públicas visando a ordenação do território, como expressão espacial das políticas econômica, social, cultural e ecológica, na busca do desenvolvimento sustentável.

    O Zoneamento Agroecológico tem por objetivo realizar o estudo integrado dos recursos naturais, apresentando as áreas com potencialidades e limitações quanto ao uso do solo para a agricultura, pecuária, silvicultura, extrativismo, conservação e preservação ambiental, a partir da elaboração de mapas de solo, de aptidão agrícola, susceptibilidade à erosão e sensibilidade às práticas agrícolas e potencialidades sociais.

  12. O que é aptidão pedoclimática

    A aptidão pedoclimática indica o solo mais apropriado, de acordo com as exigências específicas de cada cultura a ser explorada, considerando-se as condições climáticas. É a integração das seguintes informações: aptidão pedológica, que refere-se às potencialidades e limitações dos solos em sua ambiência para a produção da cultura, realizada com base no levantamento de solos; aptidão climática, que indica as áreas, climaticamente, mais apropriadas para o cultivo de cada espécie de interesse agrícola, de acordo com a tendência pluviométrica esperada, fornecida pelos modelos numéricos e; exigências específicas da cultura a ser implementada. Após a geração dos mapas da aptidão pedológica, das unidades de mapeamento e da aptidão climática, sobrepõem-se estes dois planos de informação, por meio de técnicas de geoprocessamento, para produzir o mapa de aptidão pedoclimática. Este mapa reflete o potencial efetivo do ambiente (solo e clima) para produção das culturas em bases sustentáveis.

  13. Os satélites que a área de meio ambiente da FUNCEME utiliza para executar mapeamentos temáticos, são os mesmos que a Meteorologia utiliza para elaborar as previsões climáticas?

    Não, os satélites utilizados pela área de meio ambiente, encontram-se em média a uma altitude de 600km, permitindo a execução de mapeamentos com detalhes compatíveis para escalas cartográficas a partir de 1:5.000. Já os principais satélites utilizados pelos meteorologistas encontram-se em média a uma altitude de 36.000km, permitindo a observação de uma grande parte da superfície terrestre.

  14. Como a área de meio ambiente da FUNCEME elabora seus mapeamentos temáticos?

    A área de meio ambiente da FUNCEME elabora seus mapeamentos, utilizando imagens de satélites, fotografias aéreas, levantamentos de campo e “softwares” específicos para processamento digital de imagens e para edição vetorial e geração final de mapas. As técnicas utilizadas são denominadas de sensoriamento remoto e geoprocessamento.

  15. O que é geoprocessamento?

    Geoprocessamento é um conjunto de técnicas e conceitos que utiliza os recursos disponíveis na computação gráfica para analisar e representar cartograficamente o espaço geográfico. Dentre as principais técnicas encontram-se as disponibilizadas pelos Sistemas de Informação Geográfica (SIG).