PortugueseEnglishFrenchSpanish
PortugueseEnglishFrenchSpanish

Ceará ultrapassa marca de mil focos ativos de queimadas em 2019

9 de outubro de 2019 - 09:54 # # #

Queimadas costumams aumentar entre outubro e novembro (FOTO: Alfred Kenneally/Unsplash)

Queimadas costumam aumentar entre outubro e novembro (FOTO: Alfred Kenneally/Unsplash)

O Ceará ultrapassou a marca de mil focos ativos de queimadas em 2019, conforme dados do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Com 190 registros nesta primeira semana do mês de outubro, o estado alcançou um total de 1.028 casos. Conforme a média histórica do Inpe, a tendência é de avanço, já que o pico no Ceará ocorre, geralmente, entre este período e novembro, este que tem média de 1.912 focos.

Até esta quarta-feira (9), o mês com maior número de focos ativos registrados foi em setembro, com 460. O número ficou acima da média histórica, que é de 303, ainda segundo o Inpe. Os dados indicam também que, considerando os 9 primeiros meses do ano, o balanço de 2019 aponta que o número de casos é maior do que o do mesmo período do ano passado, quando o Ceará registrou 858 focos ativos.

Para entender

De acordo com o Inpe, a relação foco x queimada não é direta nas imagens de satélite. Um foco indica a existência de fogo em um elemento de resolução da imagem (píxel), que varia de 375m x 375m até 5km x 4km, dependendo do satélite. Neste píxel pode haver uma ou várias queimadas distintas que a indicação será de um único foco. E se uma queimada for muito extensa, ela será detectada em alguns píxeis vizinhos, ou seja, vários focos estarão associados a uma única grande queimada.

É comum também que uma mesma queimada ser detectada por vários satélites. Portanto, os mapas e tabelas que apresentam todos os focos de todos os satélites sempre terão algumas repetições.

Condições de tempo e clima

Para o meteorologista da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) Raul Fritz, as condições secas de solo e de vegetação, as baixas umidades relativas do ar, além das temperaturas altas e ventos frequentemente mais intensos colaboram para o avanço das queimadas nesta época.

“Neste período, é comum que tais focos tomem proporções maiores e evoluam para incêndio. Tempo mais seco e vento fortes, associados à comum falta de chuvas no segundo semestre são condições propícias para o fogo se espalhar”, comenta o pesquisador.

Áreas susceptíveis

Um dos estudos mais recentes da Funceme indica que o Ceará possui áreas de 20 municípios com alto risco de incêndios florestais. O projeto foi financiado pelo Fundo de Defesa dos Direitos Difusos do Estado do Ceará (FDID), tendo sido iniciado em 2017 e concluído neste ano.

De acordo com o pesquisador Manuel Rodrigues de Freitas Filho, coordenador do projeto e supervisor do Núcleo de Estudos Básicos da Funceme, o estudo levou em consideração mapeamentos temáticos do estado realizados pela Funceme, tais como: cobertura vegetal natural, uso e ocupação da terra, unidades de paisagem, pluviometria média anual e índice de vegetação. Mais detalhes aqui.