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Campanha científica para investigar nuvens “quentes“ começará em Fortaleza

29 de março de 2011 - 15:07

Projeto Chuva terá experimentos de campo em sete regiões brasileiras. O objetivo é melhorar modelos de previsão e estimativa de chuvas.

Durante o mês de abril, será realizado o primeiro experimento de uma série de sete do Projeto Chuva, organizado pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME) e coordenado pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), a campanha científica, com base em Fortaleza (CE), pretende coletar dados de nuvens “quentes”, típicas de regiões tropicais, que evoluem sem formar partículas de gelo em seu interior.

As nuvens quentes, presentes nas diferentes regiões do país, estão associadas às chuvas fortes e contínuas. Costumam provocar deslizamentos de encosta e enchentes, como as que ocorreram nos últimos anos em Santa Catarina, Rio de Janeiro, Alagoas e Pernambuco. Chuvas provocadas por nuvens quentes não são consideradas nas estimativas de precipitação dos atuais satélites em órbita, uma das principais preocupações do projeto, segundo o pesquisador do CPTEC/INPE, Luiz Augusto Machado, coordenador principal do Chuva (http://chuvaproject.cptec.inpe.br/portal/br/).

Luiz Augusto Machado estará presente, na sexta-feira, 1º de abril, às 9 horas, ao lançamento da primeira radiossonda do experimento de Fortaleza, na estação meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), localizada na Avenida da Saudade, 3344, no Passaré (por trás do Cemitério Parque da Paz). Este lançamento abrirá a programação do mês de campanha científica na Capital cearense.

Além da Estação do INMET, durante o mês de abril, o projeto Chuva terá medições diárias em diversos locais da Região Metropolitana de Fortaleza. Na estação meteorológica do PICI, na estação do CPTEC no Eusébio, no Centro de Treinamento da Ematerce, em Caucaia, na sede da Defesa Civil – Bairro Rodolfo Teófilo, na UECE e no Centro de Pesquisas do Labomar – Porto das Dunas.

Além disso, para ajudar o experimento, a Funceme começará a utilizar as informações do Radar Banda S, instalado em Quixeramobim, que vai operar em fase de testes.

Satélite brasileiro

Os resultados da pesquisa irão orientar às especificações do satélite brasileiro que fará parte do programa Medidas Globais de Precipitação (http://www.aeb.gov.br/mini.php?secao=gpm) – Global Precipitation Measurement (GPM) -, liderado pelas agências espaciais dos Estados Unidos (NASA) e do Japão (JAXA). As pesquisas também serão aplicadas à área de mudanças climáticas, em análises dos efeitos dos aerossóis (partículas suspensas na atmosfera que podem ser natural ou associadas à poluição) na formação de nuvens de chuva e na modelagem de alta resolução espacial.

Curso

De segunda-feira, 28/03, até o dia 1º de abril, sexta-feira, acontece o curso “Sensoriamento Remoto e Modelagem dos Processos de Formação da Precipitação – O Projeto Chuva”, ministrado pelos pesquisadores do projeto Chuva e oferecido a alunos de graduação e pós-graduação. O curso é organizado pela FUNCEME e está sendo realizado no Instituto Aldy Mentor. Os mais de 90 alunos participarão da campanha científica e irão desenvolver um projeto de pesquisa com uso dos dados obtidos durante os experimentos. Mais informações no http://www.funceme.br/index.php/curso-sensoriamento-remoto-e-modelagem-dos-processos

Defesa Civil em alerta

A campanha em Fortaleza contará também com um Sistema de Observações de Tempo Severo, que irá utilizar um radar meteorológico de banda X com dupla polarização, de última geração, adquirido pelo projeto Chuva. A FUNCEME e a Defesa civil de Fortaleza decidiram aproveitar a oportunidade da campanha para testar e avaliar este sistema de monitoramento.