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Projeto Chuva começa a monitorar a atmosfera em Fortaleza

1 de abril de 2011 - 12:24

Campanha científica terá duração de um mês, com objetivo de coletar dados de “nuvens quentes”

Na manhã do dia 1º de abril, técnicos da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME) e do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), estiveram na Estação Meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) em Fortaleza, para lançar a primeira radiossonda do Projeto Chuva, iniciativa que pretende coletar dados de nuvens “quentes”, típicas de regiões tropicais, que evoluem sem formar partículas de gelo em seu interior. A radiossonda recebe informações da atmosfera, como temperatura, umidade, pressão e direção e velocidade do vento, até uma altitude de 12 mil metros.

“É um esforço conjunto de diversas instituições para entendermos as nuvens quentes, que não são consideradas pelos satélites em órbita, mas que provocam precipitações em volumes extremos. Em suma, vamos buscar incluir as nuvens quentes nas estimativas de chuva, podendo antever um evento meteorológico severo. São medições inéditas, que começam em Fortaleza e, até 2014, passam por Belém, Vale do Paraíba, Foz do Iguaçu, Manaus e Brasília. O experimento vai melhorar nossa qualidade de previsão do tempo em regiões tropicais”, explica o pesquisador do CPTEC/INPE, Luiz Augusto Machado, coordenador principal do Chuva.

Além da Estação do INMET, as medições utilizam outros equipamentos como radares, radiômetros e disdrômetros, pluviômetros e até um Avião equipado com instrumentos de medidas de microfísica das nuvens. Seis bases de medição estão espalhadas na Região Metropolitana de Fortaleza, além do Radar de Quixeramobim, que começa a operar em fase de testes.

Prevenção

 

A ambiência do Experimento de Fortaleza será usada para a montagem de um projeto piloto de sistema de prevenção de desastres naturais ligados ao tempo. “A Defesa Civil do Município e a Funceme estão utilizando toda essa tecnologia instalada na Capital cearense para passar todo o mês de abril em alerta, buscando prever chuvas fortes para articular ações antecipadas como remoção de populações em áreas de risco, por exemplo”, ressalta Eduardo Sávio Martins, Presidente da Funceme.

Para operar os instrumentos, além dos cerca de 40 cientistas de todo o País que estão na Capital, foi realizado o curso “Sensoriamento Remoto e Modelagem dos Processos de Formação da Precipitação – O Projeto Chuva”, ministrado pelos pesquisadores do projeto Chuva e oferecido a alunos de graduação e pós-graduação. Os mais de 90 alunos participarão da campanha científica e irão desenvolver um projeto de pesquisa com uso dos dados obtidos durante os experimentos.