Dia Meteorológico Mundial traz como tema ‘Sol, a Terra e o Tempo’
23 de março de 2019 - 08:00 #ceará #dia meteorológico mundial #nordeste #sol
O meteorologista da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) Raul Fritz reforça que o Sol é a estrela que, gravitacionalmente, mantém a estrutura física do nosso sistema planetário formando o Sistema Solar, de que fazemos parte
Comemorado anualmente no dia 23 de março, o Dia Meteorológico Mundial deste ano traz como tema o ‘Sol, a Terra e o Tempo’. O momento destaca o papel do astro-rei em fornecer a energia que alimenta toda a vida na Terra e impulsiona o clima, as correntes oceânicas e o ciclo hidrológico. A data é celebrada hoje em lembrança à convenção que estabeleceu a Organização Meteorológica Mundial (OMM,) em 1950, além de mostrar a contribuição essencial da comunidade científica à segurança e ao bem-estar da sociedade.
Sabe-se que os órgãos de Meteorologia e Hidrologia fornecem conhecimentos e serviços para aproveitar o poder do Sol e também nos proteger dele. Estes incluem observações e previsões meteorológicas 24 horas por dia, 7 dias por semana, bem como monitorização dos gases com efeito de estufa atmosféricos, radiação ultravioleta, aerossóis e ozono e seus consequentes efeitos nas pessoas, clima, qualidade do ar e da água e vida marinha e terrestre.
A luz solar desempenha um papel fundamental na saúde e no bem-estar das pessoas. Muito pouco sol afeta nosso humor e bem-estar e aumenta o risco de deficiência de vitamina D. A exposição excessiva à luz solar causa efeitos nocivos na pele, olhos e sistema imunológico. Os especialistas acreditam que quatro dos cinco casos de câncer de pele poderiam ser evitados, já que os danos causados pelos raios UV são evitáveis.
O meteorologista da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) Raul Fritz reforça que o Sol é a estrela que, gravitacionalmente, mantém a estrutura física do nosso sistema planetário formando o Sistema Solar, de que fazemos parte. A energia radiante emitida pelo Sol é fundamental para a existência e a manutenção do sistema climático do nosso planeta, que permite a subsistência de vida na Terra.
“Dessa forma, o Sol aquece o nosso planeta, dirige o tempo meteorológico e o ciclo hidrológico, e possibilita a presença de água líquida, que são essenciais à ocorrência da vida terrestre. No nosso planeta, a atmosfera age, naturalmente, como uma importante camada de proteção à vida contra alguns tipos danosos de radiação proveniente do Sol. O efeito estufa, natural, proporcionado pela atmosfera banhada pela radiação solar mantém a temperatura média do nosso planeta em 14°C”, comenta o pesquisador.
Diante de tal consideração, Fritz reforça que, se esse efeito não existisse, a temperatura média mundial cairia para inóspitos -18°C. Esse efeito estufa, benéfico ao nosso planeta, resulta de um equilíbrio delicado do balanço entre a energia recebida do Sol e aquela que é absorvida e emitida pela Terra.
“O crescimento da concentração, na atmosfera, de gases que incrementam esse efeito pode perturbar o tênue equilíbrio natural ocasionando um aumento da temperatura média global”, explica Raul Fritz.
Em relação à Região Nordeste, a energia proveniente do astro-rei tem um papel essencial no aquecimento das águas superficiais do oceano Atlântico Tropical próximo à região e que é resultante da complexa interação energética entre o oceano e a atmosfera.
“Esse aquecimento superficial oceânico, que sofre uma variabilidade muito grande sazonalmente e interanualmente, influi fortemente sobre o clima da região em relação às chuvas frequentemente irregulares no tempo e no espaço, que incidem sobre ela, no seu período chuvoso”, lembra o especialista da Funceme.
Por fim, sabe-se que a alta insolação sobre o Nordeste, localizado em região tropical próxima da linha do equador, também é responsável pelas altas temperaturas do ar observadas na região, notadamente no Ceará, e pela pequena amplitude térmica, diária, dessas temperaturas ao longo do ano.
“Essa forte insolação ainda é responsável pela alta taxa de evaporação da umidade na região, que alcança pelo menos 2.000 mm anuais na parte semiárida que compreende quase toda a área nordestina”, afirma Fritz.