Dia Mundial de Combate à Desertificação: ações e conscientização humana para um futuro sustentável
13 de junho de 2018 - 16:49
Ao longo dos últimos anos, a Funceme vem se destacando em pesquisa na área do conhecimento e recuperação dos solos, porém, o papel do homem é essencial para a redução dos efeitos negativos provocados pelo mau uso deste recursoA seca e a própria ação do homem, por meio de queimadas, por exemplo, aumentam o risco de desertificação (FOTO: Reprodução/Carla Batista/Flickr)
O próximo domingo será um dia especial para o meio ambiente. Anualmente, o 17 de junho é celebrado como Dia Mundial de Combate à Desertificação. É a data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) para reflexão sobre os efeitos negativos e para pensar alternativas de mitigação deste fenômeno. Hoje, mais de 15% do território brasileiro está suscetível à desertificação, incluindo 100% do Ceará, parte dos outros estados do Nordeste, o norte de Minas Gerais e do Espírito Santo.
Segundo a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD), a degradação das terras pode ocorrer tanto por alterações climáticas como pelas atividades humanas, como explica a pesquisadora da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Sônia Perdigão: “Aqui no Estado do Ceará observamos que a utilização inadequada dos solos, contribuiu bastante para esse quadro atual”.
De acordo com o último mapeamento realizado pela Funceme, o Ceará já apresenta 11,45% do seu território com áreas degradadas em processo de desertificação. Atualmente, as regiões mais atingidas são os Inhamuns, Médio Jaguaribe e parte do centro-norte, onde está localizado o município de Irauçuba e seus circunvizinhos.
Com expertise em pesquisas na área de solos e conhecimentos do território com utilização de geotecnologias, a Funceme realiza mapeamentos e diagnósticos do tema desertificação. Executou e, atualmente, monitora um projeto piloto de recuperação de área degradada, implementado na localidade do Brum, no município de Jaguaribe. Lá, a partir de técnicas de manejo e conservação do solo, uma área de cinco hectares, vem ganhando nova vida com surgimento de espécies nativas da região e da própria Caatinga.
“Conhecendo o solo pode-se planejar a sua utilização de forma adequada, considerando suas potencialidades e limitações”, reforça Sonia Perdigão, que integra o grupo de pesquisadores do Núcleo de Recursos Hídricos e Meio Ambiente da Funceme.
Entre as novas ações que irão colaborar para ampliar e atualizar as ações de mitigação e combate à desertificação, está o inédito levantamento de solos do Ceará, que vem sendo avaliado e validado pela equipe técnica da Funceme. O estudo, que abrange uma área de aproximadamente 92.600 km², cerca de 63% do Estado, está em andamento e sua conclusão está prevista para o início de 2019.
Futuro
Apesar dos esforços para a recuperação e preservação dos solos do Estado é preciso que o homem, um dos grandes responsáveis pelo processo de desertificação, reavalie suas ações em relação ao manejo deste importante recurso natural e contribua, de forma mais eficaz e conservacionista, para a construção de um futuro que garanta uma exploração mais racional e sustentável do território.
“Procurar conhecer as características dos solos para que possa utilizá-lo respeitando suas limitações é um dos caminhos para o combate à desertificação, evitando assim os processos erosivos que culminam com a sua degradação ”, conclui Sônia Perdigão.
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