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Aglomerado de nuvens provoca chuva de granizo no Interior do Ceará

21 de dezembro de 2017 - 15:22

Entre 7h desta quarta-feira (20) e as 7h desta quinta-feira (21), houve registros de chuvas em, pelo menos, 36 cidades. A maior precipitação aconteceu em Guaramiranga, no Maciço do Baturité, com 31,2 milímetros

 

Registro feito por moradores da localidade e Serra dos Lopes, em Parambu (FOTO: Reprodução)

A atuação de um Sistema Convectivo de Mesoescala (SCM), que se caracteriza por um aglomerado de nuvens do tipo cumulonimbus, provocou uma chuva de granizo na cidade de Parambu, no Sertão dos Inhamuns, entre o fim da tarde e o início da noite desta quarta-feira (20).

O SCM se forma em virtude da atuação do Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN), outro sistema meteorológico típico da Pŕe-Estação. De acordo com o supervisor da Unidade de Tempo e Clima da Fundação Cearense de Meteorologia (Fritz), Raul Fritz, o granizo se forma justamente no interior das nuvens cumulonimbus.

“Primeiramente, as gotículas de água na nuvem vêm a formar cristais de gelo, no seu congelamento. Quando estes se tornam suficientemente grandes, começam a precipitar em direção à base da nuvem. Gotículas de água líquida super-resfriadas se agregam ao granizo em precipitação, aumentando o seu volume. Fortes correntes ascendentes de ar dentro da nuvem elevam esse granizo para partes mais altas, até que ele volte a cair. Nessa queda, mais gotículas super-resfriadas se juntam ao granizo aumentando ainda mais o seu volume e massa. Ocorre um momento em que o seu peso é suficiente para nada mais deter a sua queda e, então, acontece a chuva de granizo, que atinge a superfície se o granizo não derreter totalmente durante a queda”,  explica o meteorologista.

Imagem de satélite indica a presença do aglomerado de nuvens do tipo cumulonimbus na região sul do Ceará (FOTO: CPTEC)

Além dos registros em Parambu, houve também relatos de formação de granizo em Nova Olinda, cidade que também sofreu atuação do Sistema Convectivo de Mesoescala. Em ambos os municípios também houve chuvas de 18 e 12 milímetros, respectivamente.

A formação do granizo não está obrigatoriamente ligada à presença de chuvas intensas. Como se pode observar, em ambos os municípios com registros do gelo as precipitações foram fracas. Além disto, Fritz reforça ainda que a presença de granizo em nuvens cumulonimbus é comum, já que as temperaturas no topo delas chega a -60°C, porém, ao cair, acaba passando para o estado líquido com a variação da temperatura. Em regiões mais altas, como no caso da Serra dos Lopes, distrito de Parambu, a distância entre as nuvens e a superfície do solo é menor, tornando possível a percepção do fenômeno natural.

Chuvas

Entre 7h desta quarta-feira (20) e as 7h desta quinta-feira (21), houve registros de chuvas em, pelo menos, 36 cidades. A maior precipitação aconteceu em Guaramiranga, no Maciço do Baturité, com 31,2 milímetros.

Para esta quinta, a previsão é de nebulosidade variável com eventos de chuva em todas as regiões cearenses ao longo do dia. O mesmo serve para os próximos dois dias. Tal fato se dá pela presença do VCAN.

As chuvas registradas neste período estão relacionadas à Pré-Estação e seguem até janeiro, quando, historicamente, ganham mais força. Neste mês, os acumulados não chegam a ser tão grandes. As normais para dezembro e janeiro são, respectivamente, 31,6 e 98,7 milímetros. Até o momento, os maiores acumulados foram registrados em Itapipoca (110,8mm), no último dia 16, e Altaneira (24mm), nesta segunda-feira (18).

Assessoria de Comunicação
Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme)
Felipe Lima – (85) 98727.1557 / 98814.4194
comunicacao@funceme.br