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Funceme participa de discussões sobre o monitoramento da desertificação e degradação da terra no Brasil

1 de dezembro de 2017 - 08:00

Encontro reuniu estudiosos de todo o País (FOTO: Paulo de Araújo/MMA)

A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) participou, na última semana, da 2ª reunião técnica sobre linha de base e indicadores de desertificação. O encontro de pesquisadores foi organizado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e aconteceu na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

Na ocasião, estiveram reunidos representantes do próprio MMA, da Funceme – único órgão em nível estadual – da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), do Projeto MapBiomas, do Serviço Florestal Brasileiro e de universidades.

A primeira reunião ocorreu em agosto deste ano em Teresina, no Piauí, e serviu de pontapé inicial para as atividades do grupo. Desta vez, pesquisadores e técnicos debateram a criação de uma linha de base e o monitoramento dos indicadores de desertificação alinhado às novas diretrizes da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD) e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Representando a Funceme, o pesquisador Manuel Rodrigues de Freitas explica que a participação do órgão cearense se deu devido a sua expertise no uso de imagens de satélites e da aplicação de técnicas de geoprocessamento em estudos de áreas degradadas. Nesse contexto, o órgão já realizou vários estudos de identificação e mapeamentos de áreas degradadas no âmbito local, estadual e da região Nordeste, além de experiências de recuperação de áreas degradadas, como o projeto Brum, no município de Jaguaribe, no Ceará, e o Projeto de Desenvolvimento Hidroambiental (PRODHAM), em Canindé.

Em 2016, a Fundação concluiu, junto com o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), um estudo intitulado “Desertificação, degradação da terra e secas no Brasil”. No referido documento consta o mapeamento da Área Susceptível à Desertificação no Brasil (ASD) totalizando 1.340.863 km², onde foi identificado que 70,5 mil km2 desta área já está fortemente degradada.

“A intenção agora é compartilhar com o Ministério a experiência da Funceme no uso das técnicas de sensoriamento remoto e de geoprocessamento na realização de tais estudos. Neste momento, o objetivo do MMA, juntamente com iniciativas de outras instituições, é o de avançar na aplicação de dados de sensores remotos em pesquisas relacionadas ao combate e mitigação dos efeitos da desertificação em nível federal”, comenta Freitas.

Conforme o Ministério do Meio Ambiente, a nova estratégia de abordagem do tema envolve a Neutralização da Degradação da Terra (LDN, sigla em inglês), definida pela UNCCD como um estado em que o montante de recursos de terra saudável e produtiva, necessário para dar suporte aos serviços ecossistêmicos, permanece estável ou aumenta dentro de escalas específicas temporais e espaciais. Significa dizer que, para se alcançar a neutralidade da degradação da terra para cada área degradada, deve haver compensação pela recuperação de outra área em igual ou maior extensão.

Mais debates

Dentre os resultados das discussões também se propôs a formulação de cooperação técnico-científica entre instituições que compõem o Grupo Técnico (GT) visando compartilhar dados e expertise para elaborar e aperfeiçoar um sistema de monitoramento de áreas degradadas e em processo de desertificação no País. A próxima reunião do grupo está prevista para março de 2018, em Aracaju, no estado de Sergipe.

Assessoria de Comunicação
Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme)
Felipe Lima – (85) 98727.1557 / 98814.4194
comunicacao@funceme.br