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Funceme passa a fazer previsões de Temperatura de Superfície do Mar (TSM) global

28 de julho de 2017 - 23:33

TSM é uma das principais informações para a elaboração os prognósticos da quadra chuvosa no Ceará

Durante décadas, o International Research Institute for Climate and Society (IRI), da Universidade de Columbia, em Nova York (EUA), fez previsões de Temperatura de Superfície do Mar (TSM) para todo o planeta. As informações geradas eram compartilhadas em vários centros meteorológicos de diversos países. Porém, neste ano, o IRI anunciou que deixaria de fazer as previsões de TSM. Coincidentemente, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) tinha interesse de implementar essas previsões de TSM no seu modelo climático global, visando melhorar os prognósticos de chuvas no Ceará. Dessa forma, a Funceme importou a tecnologia do IRI e já realizou, em julho de 2017, sua primeira previsão de TSM global.

Desde 2012, a Funceme faz previsão climática global através de modelagem, que mensalmente gera previsões de precipitação acumulada para os próximos três meses. O modelo ECHAM 4.6 tem capacidade de gerar previsões para todo o globo, mas tem melhor desempenho nos prognósticos para o Nordeste, notadamente para o Ceará. “Uma das principais informações que o ECHAM considera nas previsões é a TSM, tanto no Pacífico Equatorial, quanto no Atlântico Tropical. A relevância dessa informação é fundamental, pois com ela fazemos previsão do posicionamento da Zona de Convergência Intertropical, por exemplo, que tem interferência direta na qualidade da nossa quadra chuvosa. Atualmente, a Funceme utiliza um único cenário, que é a persistência da anomalia de TSM do momento da previsão. Com essa tecnologia que importamos do IRI, teremos como acoplar a previsão de temperatura de superfície do mar ao ECHAM, o que vai nos dar uma maior complexidade de dados, aumentando o intervalo de cobertura das forçantes de TSM. Na prática, teremos mais cenários baseados na dinâmica oceânica que utilizamos nos nossos prognósticos de chuva”, explica Eduardo Sávio Martins, presidente da Funceme.

Além de importar a tecnologia, a Funceme quer melhorar os dados gerados. “Esta previsão de TSM global combina modelagem estatística, modelagem dinâmica, e ainda perturbações nos oceanos tropicais em função das séries históricas. Dessa forma, podemos fazer prognóstico de como estarão as temperaturas dos oceanos para até os próximos oito meses. Nossa previsão ainda tem uma melhoria, pois o IRI utilizava uma escala de 2,5° de resolução espacial para projeções de cenários de El Niño ou La Niña, por exemplo. Aqui na Funceme, incluímos uma resolução mais fina, de 1° de resolução”, destaca Martins.

Quadra chuvosa de 2018

A intenção da Funceme é acoplar o novo produto de previsão de TSM global ao modelo ECHAM de previsão de chuva acumulada já para os prognósticos da próxima quadra chuvosa, a serem divulgados a partir de janeiro de 2018. De acordo com o presidente da Funceme, o acoplamento dessas previsões está em fase de desenvolvimento. “Nosso primeiro desafio era importar a tecnologia do IRI e colocar pra rodar aqui. Este passo já demos. Nossa primeira previsão de TSM foi gerada em julho de 2017, mostrando como ficarão as temperaturas dos oceanos até abril de 2018. Os próximos passos serão focados em fazer o ECHAM assimilar a TSM prevista. A vantagem de todo esse processo é buscar a melhoria da nossa principal previsão, que é a da quadra chuvosa no Ceará, e sem depender de outros institutos”.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Funceme
28 de julho de 2017