Número de focos de incêndio no Ceará cresce 36,9%

7 de dezembro de 2015 - 13:58

Sequência de anos secos e temperaturas elevadas em 2015 são os principais fatores, aponta Funceme

O Programa Estadual de Prevenção, Monitoramento, Controle de Queimadas e Combate aos Incêndios Florestais (Previna) é uma parceria entre Corpo de Bombeiros Militar do Ceará e Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) que, dentre outras funções, identifica, através de imagens de satélite, os focos de incêndio em cada um dos 184 municípios do Estado. Em 2014, foram contabilizados 4.517 focos. Neste ano, até o dia 4 de dezembro, esse número foi de 6.186, o que representa crescimento de pelo menos 36,9%.

Essa elevação, segundo os meteorologistas, tem dois motivos principais: o primeiro é o acúmulo dos efeitos da seca, que desde 2012 castiga o Ceará, e o segundo é o fato de haver temperaturas acima da média em 2015, fenômeno que também contribui para a redução da umidade relativa do ar. “Dentre as consequências da severidade da estiagem, percebemos o solo menos úmido e a vegetação bem seca e essas são condições propícias para o fogo se espalhar. Além disso, como a Organização Meteorológica Mundial (OMM) alertou, 2015 foi o ano mais quente da história e, no Ceará, os registros de temperaturas mostram anomalias acima da média em vários meses deste ano. Essa é outra condição favorável ao surgimento dos focos de incêndio”, explica o meteorologista Raul Fritz, da Funceme.

Ele ressalta também que ainda existe uma questão cultural envolvida na questão dos incêndios. “Sobretudo no Interior, o homem do campo mantém o costume de realizar as queimadas para limpar e preparar a terra para o plantio. Essa prática muitas vezes foge do controle, ganha proporção maior e vira incêndio”.

No Ceará, segundo dados do Previna, os dez municípios com maior número de focos de incêndio identificados neste ano são:
Acopiara – 224
Quixeré – 165
Saboeiro – 148
Crateús – 135
Assaré – 134
Mombaça – 128
Jucás – 126
Ipueiras – 121
Boa Viagem – 113
Araripe – 110

Fonte: Assessoria de Comunicação da Funceme
7 de dezembro de 2015