Plano de Contingência para impactos do El Niño é apresentado ao Governo do Ceará
3 de janeiro de 2024 - 11:21 #el nino #seca
O governador Elmano de Freitas reuniu, nesta quarta-feira (3), gestores dos órgaõs estaduais responsáveis pela elaboração do Plano de Contingência dos impactos do El Niño, para apresentação do documento oficial. O momento aconteceu no Palácio da Abolição, em Fortaleza.
Participaram da criação do plano: Casa Civil, Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH), Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (SEMA), Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SDE), Defesa Civil, Funceme, Cogerh, Sohidra, Cagece, UFC e Adagri.
Elmano de Freitas explanou o atual cenário visando o El Niño e destacou a importância da criação do Plano de Contingência para garantir a segurança hídrica dos cearenses nos próximos anos. “Nós já temos o cenário desenhado, agora precisamos agir. Vamos listar os municípios por prioridade de abastecimento e executar as ações necessárias, de acordo com o plano, para não deixar faltar água em nenhum município. Em paralelo ao nosso planejamento, vou levar as demandas ao Governo Federal para obter recursos que vão viabilizar mais ações”.
O secretário dos Recursos Hídricos, Robério Monteiro, ressaltou o trabalho do grupo de contingência na gestão hídrica do Ceará. “Esse grupo de técnicos, formado por diversos órgãos estaduais avaliam os municípios de forma individualizada e buscam soluções para que nenhuma cidade entre em colapso”.
O documento foi apresentado inicialmente pelo presidente da Funceme, Eduardo Sávio, que pontuou o cenário climático e as ações já existentes para segurança hídrica, ações que estão em execução e ações que serão planejadas para ajudar no abastecimento dos municípios.
“Existe um aquecimento no tropical norte e sul, que estará em evidência mais para a segunda quinzena do mês onde deve começar a preocupar. Diante do cenário foi preparado um plano detalhado de ações de acordo com a prioridade do abastecimento humano, visando às ações de todos os órgãos estaduais que possuam algum trabalho na área hídrica. Nós estamos nos antecipando ao quadro que se apresenta”.
O presidente da Funceme apresentou um panorama da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), que apresenta uma situação mais confortável. “No contexto atual de alocação de água, existe uma condição relativamente favorável para atender às demandas dos diversos usos. No entanto, em um cenário de seca prolongada, podem acontecer déficits no atendimento”.
O governador determinou aos gestores dos órgãos presentes que apresentem, com base nas informações do Plano, dados que deverão ajudar na execução das ações. “Vamos elaborar uma ordem de prioridade, precisamos agir primeiro naqueles municípios que têm menos tempo de abastecimento garantido”, solicitou Elmano.
O Superintendente da Sohidra, Paulo Ferreira, destacou a importância da atuação do órgão na construção do plano:
“Quando não se tem inverno com bom aporte nos reservatórios, são as ações de instalação de poços que atendem à população difusa, especialmente na zona rural. A Sohidra colaborou na elaboração do plano, se comprometendo a socorrer, por meio da instalação de poços com chafarizes e instalação de dessalinizadores, as comunidades e sedes municipais que venham a enfrentar dificuldades de abastecimento”, apontou Paulo.
O trabalho realizado pelo Governo do Ceará resultou em uma expressiva infraestrutura hídrica de açudes, poços, adutoras e eixos de integração entre as bacias hidrográficas. O conjunto dessas ações diversificou a matriz hídrica, ampliou a garantia de oferta e tornou o estado mais resiliente aos períodos de seca.
Segurança hídrica
Ainda sobre o cenário de 2024, Eduardo Sávio comentou que, por conta de anos positivos recentes, alguns municípios estarão resguardados.
“Nós temos, pelo estágio atual das nossas reservas, uma segurança hídrica para o próximo ano para a Região Metropolitana de Fortaleza. Mas, de qualquer forma, é importante a antecipação. Até porque não sabemos como serão os anos que se seguem, 2025, 2026, 2027, que sempre tem aquela possibilidade de uma seca multi-anual. Também por isso, é muito importante que a população se conscientize no uso da água. Esse tipo de pequenas ações, pequenos gestos, podem resultar em grande economia quando a gente olha uma escala maior, como a da Região Metropolitana”, pontuou.