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Monitor de Secas: treinamento da metodologia começa hoje, na Funceme

16 de outubro de 2014 - 14:42

Serão capacitados os profissionais das responsáveis pela geração dos mapas

Cerca de 15 profissionais de instituições nacionais e do Nordeste iniciam hoje, 5 de agosto, o treinamento na metodologia do “Monitor das Secas do Nordeste”. O curso segue até o dia 7 de agosto, visando capacitar os estados na geração dos produtos do Monitor. Realizado pelo Ministério da Integração Nacional (MIN), Agência Nacional de Águas (ANA) e Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), com o apoio do Banco Mundial, o treinamento acontece na sede da Funceme.

Bruno Biazeto (ARESTech/Banco Mundial), Robson Silva (Funceme) – ambos foram treinados nos EUA e México em março passado – e Carmen Molejón (Banco Mundial), assessorados por Mark Svoboda (Universidade de Nebraska-Lincoln), serão os principais instrutores responsáveis pelo treinamento, que será essencialmente prático e incluirá estudos de caso, traçado de um Mapa e comparação de Mapas, processo de validação e narrativa.

“A ideia é capacitar os autores, ou seja, os profissionais que serão responsáveis pela geração dos mapas. Imaginamos que a dinâmica do monitor aconteça de forma colaborativa e, dessa forma, a cada mês, uma instituição terá o autor do mapa. Após este treinamento, daremos início à fase experimental do Monitor de Secas do Nordeste, que seguirá até dezembro”, explica o Robson Silva, da Funceme.

O Monitor irá garantir, entre outras coisas, o reconhecimento conjunto dos estados de seca apontados por este modelo de monitoramento, evitando assim divergências no que se refere às necessidades de mobilização ou desmobilização de recursos, em particular aqueles de natureza emergencial para uma dada área da região.

Os objetivos específicos do treinamento são:
• Possuir entendimento claro de todas as etapas do processo do Monitor;
• Conhecer como os indicadores de seca são calculados e saber como interpretá-los, assim como a importância deles;
• Compreender o processo de “convergência de evidências”;
• Estabelecer a capacidade dos autores de combinar os indicadores de seca e produzir o Mapa da Seca, mesmo com algumas dificuldades;
• Compreender o processo de validação;
• Iniciar a fase experimental do Monitor.
• Fornecer informação estratégica sobre os dados, indicadores e métodos sobre como o mapa será desenhado em interações futuras;

Contexto

O Brasil tem uma longa história de gestão de secas, principalmente no semiárido do Nordeste. O caso mais recente – uma seca extrema de mais de um ano, que vem assolando o Nordeste desde 2012 – tem sido a seca mais grave em décadas, – ou até mesmo dos últimos 50-100 anos. A recente seca estimulou um diálogo no país, sobre como melhorar a política e a gestão da seca. No passado, este diálogo aumentou e diminuiu de intensidade junto com os ciclos de seca – o progresso para promover uma gestão da seca mais pró-ativa foi apenas incremental.

No entanto, vem sendo realizado um grande trabalho relacionado à seca em todo o Brasil; já se iniciou o diálogo sobre políticas integradas de convivência com o semiárido, assim como melhor se preparar e responder a secas futuras. Como já aconteceu diversas vezes no passado, a seca atual atraiu a atenção da sociedade brasileira de modo geral, bem como da mídia, dos servidores públicos e políticos e até de especialistas internacionais.

No caso do Brasil, em particular, o Ministério da Integração Nacional (MI), a Agência Nacional de Águas (ANA), os comitês estaduais de seca e várias agências meteorológicas / hidrológicas estaduais (especificamente, a Funceme do Ceará, a APAC de Pernambuco, e o INEMA da Bahia, entre outros) têm desempenhado uma forte liderança e progredido em direção à melhoria da gestão e planejamento da seca.

O principal desafio que o Brasil enfrenta agora é evitar perder a oportunidade de tomar medidas ousadas e progressivas. Como resultado desta atividade no Brasil – e de programas correlatos do Banco Mundial – várias demandas por apoio técnico foram feitas ao Banco Mundial a respeito deste tema, por parte de parceiros federais e estaduais.

Essas demandas se traduziram na Assistência Técnica (AT) “Preparação para as secas e resiliência às mudanças climáticas” do Banco Mundial, que tem como objetivo ajudar a promover uma gestão e política de seca mais coerentes e permanentes. A AT é dividida em dois eixos: (i) apoio ao quadro de políticas e ao diálogo nacionais; e (ii) um programa-piloto regional no Nordeste, para demonstrar ferramentas e estratégias concretas de gestão pró-ativa da seca, por meio do desenvolvimento de um Monitor de Secas do Nordeste e de planos de preparação para a seca em todos os três estudos de caso selecionados.

Durante a 2ª Oficina de Trabalho realizada em Recife no período de 7-9 de maio de 2014, foi acordado realizar um treinamento sobre a Metodologia do Monitor de Secas com participação de instituições estaduais do Nordeste, indicadas pelos próprios estados. Neste contexto, o Ministério da integração Nacional (MIN), a Agência Nacional de Águas (ANA) e a Funceme, apoiados pelo Banco Mundial, está organizando o treinamento referente à metodologia do Monitor das Secas do Nordeste.

Fontes: Banco Mundial e Funceme
5 de agosto de 2014